001
Falando desta cidade
de sua história e evolução
digo com sinceridade
que sinto admiração
002
Plantada numa floresta
na região do Rio Mar
o teu calor é uma festa
e faz o povo te amar
003
Quando os lusos chegaram
vindos de longe daqui
em 1616 te fundaram
nas terras do Mairi
004
Grande quer dizer Açu
és capital do Pará
Nascestes na baia de Paranaguaçu
hoje Baia de Guajará
005
No forte do Presépio se inicia
teu marco histórico e relação
Na fé do povo és fantasia
Com sentimento Cristão
006
Feliz Lusitânia Nascentes
tua fama se espalhará
Com muita beleza crescestes
em Stª Maria de Belém te transformarás
007
A Belém cristã de Israel
é tua irmã equatorial
Num paraíso de frutas e mel
tu és a Belém tropical
008
És linda e emocionas
com tuas florestas e matas
Metrópole da Amazônia
Deixas as pessoas estupefatas
009
Belém terra das mangueiras
com cultura e tradição
Teu povo te fez altaneira
és a maior da região
010
Belém, tens grandeza e excelência
estás situada na Amazônia oriental
Tua marca é a imponência
Ficas no delta de um rio monumental
011
Tuas prais fluviais
quer Icoaraci ou Outeiro
Digo serem belas demais
as de Cotijuba e Mosqueiro
012
Pensando nas maravilhas
das coisas belas daqui
Agora canto as ilhas
da Belém do açaí
013
Geografia com amor
do arquipélago com carinho
Tem a LONGA e a do CRUZADOR
a da BARRA e do FORTINHO
014
Tem a PORTICARVÔNIA e MIRIM
a das POMBAS e CUMBÚ
DO PAPAGAIO e do MARUIM
dos PATOS e MURUTUCÚ
015
Também faço uma menção
as ilhas NEGRA e JUTUBA
DA SÃO PEDRO e CONCEIÇÃO
da SANTA CRUZ E COTIJUBA
016
Ilhas iguais nunca ví
a de MOSQUEIRO e PAQUETÁ
A CARATATEUA E CANUARÍ
a JARARACA e MARACUJÁ
017
Num canto que não sufoca
tem a CINTRA e COROINHA
A GRANDE e a TATUOCA
e a ilha JARARAQUINHA
018
Canto com certeza plena
a terra do rico açai
És a beleza morena
do pato no tucupi
019
Visitando esta cidade
seus monumentos e praças
Constata-se a grandiosidade
que aqui foi feito com raça
020
Em tudo se vê cultura
naquilo que o povo faz
Na beleza e estrutura
do teu Teatro da Paz
021
Olhar tua majestosa igreja
ver a Catedral da Sé
Não há quem não festeja
a Basílica de Nazaré
022
Desde a igreja da Conceição
à do Carmo o povo ama
Tem a de Fátima e São João
A da Lourdes e Santana
023
Visita na vinda e na ida
a de Lourdes é como o céu
Tem a São Pedro e a N. S. Aparecida
a de São Jorge e a São Miguel
024
Falo dos templos com carinho
costumes e crenças da cidade
Cito a igreja dos Capuchinhos
Santo Alexandre e trindade
025
Mostrando a fé que se tinha
em tudo aquilo que é seu
Igreja Santa Terezinha
Rosário e São Judas Tadeu
026
Quer na derrota ou na vitória
O povo faz homenagem
Está escrito na história
Monumento à Cabanagem
027
Aberto à visitação
é fato recente e relata
Política e agitação
Memorial Magalhães Barata
028
Um ponto Turístico e belo
para se ver como é
Tem o Forte do Castelo
E o Palácio Lauro Sodré
029
Locais de visitação
são destaques por aqui
Curro-Velho é tentação
a feira do açaí
030
Canto tudo da cidade
escrevendo como quero
Gente de qualquer idade
vai ao mercado de ferro
031
Falando de Palacete
muita gente até sonha
Apenas como lembrete
temos o Pinho e o Bolonha
032
Da arte antiga de Belém
se erguem de forma altaneira
Palacete Facíola e Codem
o Solar da Rocinha e o da Beira
033
O turista se admirará
vendo o que lhe convém
Ser for ao Solar do Barão de Guajará
E ao Parque Ambiental de Belém
034
O que o ludâmbulo não sabe
da arte e cultura que há
É só visitar o MABE
e os Museu do Estado do Pará
035
Certamente ficarás absorto
e verás que tenho razão
Nos Museus do Círio e do Porto
no de Música terás satisfação
036
Visita seja onde for
em Belém fazendo um tour
Verás a cultura e o calor
no acervo do CENTUR
037
O povo sabe o que faz
Chuva não é tromba d’água
Vá ao Complexo de São Brás
E visite a caixa d’água
038
Se a arquitetura ensina
digo e faço afirmação
Tem o prédio da Medicina
o do MEC chama atenção
039
Falo aqui de modo franco
tem construção generosa
Grupo Barão do Rio Branco
Vilhena Alves e Rui Barbosa
040
Dos grupos escolares enfim
construção sem paralelo
O Floriano Peixoto é assim
leva sempre para o belo
041
Quer com chuva ou com orvalho
É lindo até de perfil
Colégio Paes de Carvalho
O Dom Bosco e o Gentil
042
Cantando em verso e prosa
Do Santa Catarina ao Lauro Sodré
Carmo, IEP e Santa Rosa
Santo Antonio e Colégio Nazaré
043
Digo e até sinto júbilo
Cito o belo de passagem
Descrevendo prédios públicos
Falo da Escola de Enfermagem
044
Desde a ENASA até a DOCA
a beleza não se apaga
Se a e a FCAP te toca
EMBRAPA Tem o prédio do Evandro Chagas
045
Quem vai atrás da cultura
a universidade é uma chama
A mocidade procura
UFPA, UEPA e UNAMA
046
Das universidades daqui
quero destacar a UFPA
Agora te convido para ir
até o campus do Guamá
047
Tanto hoje como dantes
vale apenas ressaltar
Nos cursos profissionalizantes
cito a nossa ETFPA
048
Se Carlos Gomes deixou de ser exemplo
na música a eterna inspiração
O estudante encontrará elemento
o conservatório te dará formação
049
Saúde não é besteira
doença sempre te arrasa
hospital da Ordem Terceira
Beneficente e Santa Casa
050
Creches e asilos fazem bem
Para quem precisa tem resposta
Temos o Berço de Belém
E Asilo Dom Macedo Costa
051
Em se tratando de proficiência
o Pão de Santo Antônio dá aula
Casa da Criança e Lar da Providência
e Asilo São Vicente de Paula
052
Na estátua e na silhueta
Mosqueiro faz saudação
Em Belém tinha a “Mãe Preta”
e lá “Somos Todos Irmãos”
053
Falando das coisas públicas
das belezas que aqui vemos
Tem a Praça da República
e o Palácio Antônio Lemos
054
Na praça demonstrando arte
espero que o verso não enrosque
falo do Bar do Parque
lembrando o seu belo quiosque
055
Se anda-se sem ter canseira
pois tudo é plano demais
Desde a Praça da Bandeira
á praça Eneida de Morais
056
Surpreende-se quem não viu
pois beleza não faz mal
Praças D. Pedro e Brasil
Batista Campos e Arsenal
057
Nas visitas até sonhas
pelos Jardins da cidade
Praças do Carmo e Amazônas
Felipe Patroni e Trindade
058-Escritos estão no papel
nos versos do escritor
praças Kenedy e Sta. Isabel
do Relógio e Pescador
059
O visitante que Gosta
De domingos e dias das mães
Praças Dom Macedo Costa
Bruno de Menezes e Magalhães
060
Maravilhas, que espanto!
visita que é legal
Praças Pedro Teixeira e Rio Branco
do Jaú e Horto Municipal
061
Caminhando na Cidade Velha
Lembrando-se de Portugal
Nomes de Ruas espelham
Aveiros e Marquês de Pombal
062
Você encontra em Gurupá
Cintra e Óbidos também
A Alenquer e Cametá
a Breves e a Santarém
063
Recordando Portugal
Belém premia enfim
Barcarena em bom astral
Altamira, Viseu e Almerim
064
Continuando a andança
pelo antigo e pelo velho
Boulevard Castilho França
e a ladeira do Castelo
065
Na área comercial
Com movimento me lembro
Da Avenida Portugal
E da 15 de Novembro
066
O movimento não mata
Mas às vezes te dá medo
Na 13 de maio e Manoel Barata
Na Oriental e Conselheiro João Alfredo
067
No trânsito intenso amargas
sentimento tenebroso
Nas Av. Gentil e Pte. Vargas
nas Av. Nazaré e Alm. Barroso
068-Até de modo pungente
sempre buscando suas raízes
A homenagem de tua gente
vão pra capitais, estados e países
069
Com respeito e com louvor
com aleluia e com glória
Tem rua Manaus e Salvador
a Curitiba e a Vitória
070
Neste mote não estanco
Em tuas vias se vai e vem
Tem Aracajú e Rio Branco
Belo Horizonte e Belém
071
Se a homenagem segue
Goiânia que maravilha!
Tem São Paulo e Porto Alegre
Porto Velho e Brasília
072
Esta cidade é assim
Não se faz homenagem à toa
Tem a Tóquio e a Berlim
A Washington e a Lisboa
073
Tem nome de ruas aqui
que mostra admiração
Rondônia, Roraima e Piauí
Acre, Tocantins e Maranhão
074Se Homenageia o Paraná
Pernambuco e Amapá
Rio de Janeiro e Pará
Amazonas e Ceará
075
De nada vale o espanto
Paraíba, Bahia e tem mais
São Paulo e Espírito Santo
Santa Catarina e Minas Gerais
076-Homenagem não faz mal
as nações entram em desfile
Brasil Suíça e Portugal
Bolívia, Suécia e Chile
077-Falo aqui de outras Pátrias
em louvores para elas
Tem vias Colômbia e Áustria
Bélgica e Venezuela
078
Teu povo faz homenagem
às tribos que são gente sua
Nas travessas e passagens
alamedas, avenidas e ruas
079
São lembrados por aqui
Os Mundurucus e Parintins
Xavantes e Pariquis
Timbiras e Tupininquins
080
Homenagens sem bordunas
Aos Tamoios e Apinagés
Guaiapós e Caripunas
Tupinambás e Tambés
081
Entre os louvores daqui
lembraram do povo Xauá
Fizeram homenagem aos Tupi
e também aos Guajará
082
A Belém grandiosa eu sustento
falo dos bairros e de ti
Do Umarizal ao Acampamento
Cidade Velha e Bengüí
083
Morena e rabo de saia
fala a voz do coração
Tem no Souza e Marambaia
no Marcos e Santos Dumont
084
Daquilo tudo que faz
Populoso é o Nazaré
Tem o Guamá e o São Brás
Val-de-Cans e Tenoné
085
Falando com emoção
do teu bairro da Matinha
Tem o Comércio e a Cremação
a Terra Firme e a Pratinha
086
Desta metrópole verdadeira
São populosos eu reputo
Batista Campos e Pedreira
O Tapanã e o Reduto
087
Cidade cantada com amor
tua história se comenta
Do Telegráfo à Condor
do Jurunas à Sacramenta
088
Falo na comunicação
embora de forma restrita
Verificando a evolução
começo pela imprensa escrita
089
Digo com certo tirocínio
pois não quero falar mal
Tínhamos o Vanguarda e o Vespertino
a Folha do Norte e o Imparcial
090
Dos nossos jornais do Pará
tratando de modo igual
Estado e Diário do Pará
A Província e o Liberal
091
As rádios são emissoras
comunicação igual não há
Tem a Rádio Clube e a Difusora
a Rauland e a Guajará
092
Uma comunica a fé
outras comunicam o informal
Tem a Rádio Nazaré
a Marajoara e a Liberal
093
Na TV o visual
da Guajará tem quem fala
Tem a Cultura e a Liberal
a RBA e a Marajoara
094
Na história do cinema
das casas que existem aqui
Olímpia, Nazaré e Iracema
Palácio,1,2,3 e o Guarani
095-No nosso passado existiam
os alegria e Odeon
O Alhambra e o Santa Luzia
o Americano e o Trianon
096-Dos cinemas e sua existência
vale a pena se falar
Tinha o Íris e o Independência
o Moderno e o Popular
097
Falando do que era real
deixaram recordação
Paraíso, Paris e Ideal,
o Rio Branco e o São João
098
Dos perfumes da região
sinto odores logo cedo
Desde a fábrica Orion
Até a indústria da Fhebo
099
No comércio e sua ciência
concorrência não é bobeira
Vence quem tem competência
Iguatemi e Castanheira
100
Da indústria de refrigerantes
o guaraná favorece o sabor
É uma delícia constante
o Guarassuco e o vigor
101
Guaranás de boas gustações
do que é bom sempre recordamos
já tivemos o Brasil e o Simões
temos hoje o Globo e o Soberano
102
Tem fato que nunca se ouviu
se acontece o conceito balança
No Pará a Coca-Cola faliu
e voltou com toda pujança
103
Sonho para quem quer
lembranças que causam dor
Maison Française e Bon Marché
Paris N`América e Ouvidor
104
Não deixou rastro e não era dilúvio
o que restou até causa espanto
Leão D`América e Casa Vesúvio
a Carrapatoso e o Café Santos
105
Confusão como uma Babel
e a lembrança só ficou no papel
Falar nisso tem gosto de fel
acabaram com o Grande Hotel
106
De desemprego não é bom falar
fechar indústrias é fazer asneira
Acabaram-se a Souza Cruz e a Gelar
A fábrica Jaú e também a Palmeira
107
Se acabaram e sumiram
indo tudo para o além
Os paraenses sentiram
Foi-se o bonde, foi-se o trem
108
Entre as delícias daqui
afirmo que são porretes
Sabores que nunca vi
de doces, cremes e sorvetes
109-Vale a pena de se ver
Vista boa é um dote
São bem uns cem para ler
Na Cairú e Tip-Top
110
O domínio do gelado
é muito comum por aqui
Sorvete para todo lado
doçuras que jamais vi
111
É uma lista que não acaba
castanha-do-Pará e goiaba
Taperebá do sertão e bacaba
castanha de caju e mangaba
112
De tuas frutas regionais
exóticas que já senti
Tem os gostos especiais
do cupuaçu e açaí
113
Tem sorvete de muruci
Tamarindo, gengibre e uxi
Sapotilha, jambo e buriti
Pupunha, tucumã e cupuí
114
Sabores que dão sensação
jenipapo, côco e limão
Tapioca, cajú e mamão
açaí branco jaca e melão
115
Tem o gostoso taperebá
o coco verde e araçá
o creme de cacau e biribá
o de cajarana e maracujá
116
Todo sabor me consola
do cotite à graviola
Do abricó à carambola
e do cacau à acerola
117
No mote que se desata
vou te dizer, não menti
Tem o de manga e tem o de ata
laranja, mari e bacuri
118
Frutas que não são daqui
fazendo o que o povo deseja
Maçã, damasco e caqui
pêra, uva e cereja
119
O visitante se impressiona
usam tudo por aqui
Gelados de nozes e banana
da tangerina e kiwi
120
Para aquele que se deixa
neste verso não me zango
Tem jerimum e ameixa
tem de café e morango
121
Gôsto de fruta é assim
no canto e na poesia
Tem pêssego e amendoim
abacate e melancia
122
Sabores que descrevi
saudade que tenho dela
Da pitanga e abacaxi
milho verde e siriguela
123
Lembrando os seus temperos
E o sabor exótico daqui
Cito a pimenta de cheiro
o urucum e o tucupí
124
Tratando de condimento
no costume e na história
Salsa, alfavaca e coentro
hortelanzinha e chicória
125
Do gostinho há quem se queixe
com o ardume faz careta
Pimenta do Reino e Olho de peixe
pimenta verde e malagueta
126
Das espécies de mandioca
e das farinhas daqui
Tem a seca e a tapioca
farinha d’água e suruí
127
A macaxeira dá o angu
e produtos para cozinha
Bolo, bejucica e beju
beijo-de-moça e tapioquinha
128
Da macaxeira se sabe
vejam só como ela é
Dizem fazer milagre
com o arubé e caribé
129
Dos teus pratos regionais
comida que dá saliva
Cito coisa que se faz
com a folha da maniva
130
É comida apetitosa
sem ser uma gororoba
Coisa boa e saborosa
a famosa maniçoba
131
Da raiz da mandioca
líquido que antes não vi
Usa-se na comida gostosa
que é o pato no tucupi
132
Afirmo não ser fantasia
sensação de admirar
O jambú anestesia
na boca de quem tocar
133
O visitante tem instante
que jamais esquecerá
Das diferenças constantes
do caruru ao vatapá
134
Comida da região
você sempre lembrará
Falo com satisfação
do cultuado tacacá
135
Na cultura popular
parece não acabar mais
Tem ervas para curar
são plantas medicinais
136
No mercado da cidade
é burburinho todo dia
Para muitos tem novidades
a força da homeopatia
137
Das plantas medicinais
de raízes, folhas e flor
O povo deseja ainda mais
combater a doença e a dor
138
Ao tentar uma solução
utilizando suas mentes
Com razão ou emoção
se tratam com caules e sementes
139
Fabricam e é famoso
homeopatia sempre educa
Tem Laboratório Cardoso
droga-Arte e São Lucas
140
Plantas são manipuladas
faz-se pos, xaropes e ungüentos
Sucos, caldos e saladas
bochechos, emplastos e fomentos
141
Usando a criatividade
com chás e macerações
Para gente de toda idade
às ervas têm soluções
142
Com carinho e sem pressa
jeitinho e dedicação
Usam banhos e compressas
gargarejo e inalação
143
Afirmo para todos os leitores
Que de forma inusitado
O amazônida us vapores
Óleos, cremes e pomadas
144
Dá raízes para quem ama
tratam doenças com carinho
Camapú e marapuama
Quebra-pedra e marupazinho
145
Toma e não se afoba
planta tirada do chão
Raiz de pajamarioba
xarope de batatão
146-Daquilo que escrevo aqui
no verso que se ensaia
Gengibre e gapuí
apuí e mandarataia
147
Do caule tudo se saca
com ipê-roxo a doença acaba
Tem o boldo e a sacaca
açoita cavalo e catuaba
148
Para toda doença que há
sempre dizem como é
Cedro, preciosa e paricá
aroeira, andiroba e mururé
149
A planta aqui está à mão
ela sempre te ajuda
tem jacareúba e barbatimão
solidônia e carapanaúba
150
Remédios que a mata dá
agindo de forma certeira
Vêm da babosa e do anueira
do caju e da goiabeira
151
É tropical e não vem de Cuba
é de nossas matas e protege a vida
Cito o Amapá e a súcuba
a alcachofra e a copaíba
152-Da rica natureza daqui
de chás de folhas se faz a glória
Com a canela e a erva de jabuti
com a malva rosa e a chicória
153 – Usam ervas sem enganos
bom resultado se produz
Tem o melão de São Caetano
O camembeca e o mastruz
154
Dizem com certo desvelo
nunca fique aborrecido
Para queda de cabelo
folha de amor crescido
155
Não mudando de assunto
falam com satisfação
De banho de cravo de defunto
e banho de manjericão
156
Sem fazer proselitismo
Dentro de sua razão
Plantas curam o reumatismo
Câncer, diabetes e inflamação
157
São usadas como medicação
muita gente afirma não ser besteira
Tem chá preto e malvariscão
cravinho e samambaia rasteira
158
Falando neste estribilho
de planta que cura e consola
Feijão quandu e cabelo de milho
pedra umi-kaá e graviola
159
Num canto que já não cisma
não querendo fazer lisonja
Muru-kaá para reumatismo
para aborrecimento fava esponja
160
Tem língua de vaca e caru-kaá
chapéu de couro e o cabi
cachorro pelado e muru-kaá
a pata de vaca e o pariri
161
Para tratamento que não fraqueja
chá de ginja e jacuraru
Tem a malva e a carqueja
o trevo roxo e o sucurijú
162
Dizem que curam tirando a dor
Somem com a febre sem correr risco
Hortelanzinha, boldo e anador
Erva cidreira e malvarisco
163
A nossa flora é uma mina
e eu a canto por inteiro
Da embaúba à coramina
da jurubeba ao sabugueiro
164
Também tem a quina e o pirarucu
urubu-kaa e a canarana
tem a arruda e folha de peru
o capim-marinho e a carmilitana
165
Nesta visita tudo se verás
todas as plantas estão à mão
Do abacate ao maracujá
do nosso jambo ao nosso mamão
166
Até as sementes tua a gente explora
De tua mata esperança minha
Conto com a lágrima de Nossa Senhora
Do pião roxo e da cabacinha
167
plantas, num poema sem fim
canto o pião branco e o guaraná
O cumaru, mamão,gergelim
A andiroba, jerimum e jucá
168
Todo turista que chega aqui
Com os nossos cipós vão se admirar
Tem a escada de jabuti
Tem a caatinga e o puçá
169
Falando em verso você se emociona
Esta descrição parece uma crônica
Nosso visitante vê e se apaixona
Estudando a buta, alho e verônica
170
As mulheres até fazem fila
emagrecem e estão na linha
Chás de bugre e camomila
chás de sena e cavalinha
171
Se falo com exaltação
deste verso que se ensaia
Balança até coração
banho de Angelim-da-praia
172
Diz que cura e tem sabor
chás de rabo de cavalos
O jerimum te dá a flor
tem mata-pasto em intervalos
173
Faz até bem para emoção
as folhas que tem aqui
Da hortelã do Maranhão
aos chás de jaborandi
174
Nas curas que tu encerras
quem te bebe fica são
Vem da laranja-da-terra
do alho e do limão
175
Verso agora nossos cheiros
com perfume que é tão bom
Das raízes e cipozeiros,
caules e folhas da região
176
Banhos de cheiro, que odores!
pois mexe com toda gente
Alguns deles vêm das flores
e outros vêm das sementes
177
Perfuma como o jasmim
o curimbó cheira assim
é uma catinga sem fim
o cheiro do bugarim
178
Sensação que não sufoca
com uma catinga gostosa
Do pau-rosa à priprioca
da japana à malva rosa
179
Se inebria o alecrim d’angola
a oriza o cheiro indica
Odores do pau d’angola
e o perfume da vindicá
180-De tudo que já senti
lembro-me do alfavacão
Da vergamota e patchuli
da rosa e manjericão
181
Um canto que não é sonata
é gostoso para quem cheira
Da catinga de mulata
ao perfume da pataqueira
182
Dos agradáveis cheirinhos
falo com admiração
Desde o esturaque ao cuminho
do capitiú ao biliscão
183
E para aquele que ama
com toda dedicação
Tem japana branca e chama
pluma e trevo de São João
184
Falando sério até acho
Que coisa igual não há
Folha de canela macho
Cumaru e cipó-uirá
185
Se o mundo dá tanta volta
este canto não embola
Tem a raiz do vai e volta
e folha da manjerona-d’angola
186
Faça chuva ou faça sol
venha sentir como é
Odores da raiz do sol
e cheiro do vindicá-pajé
187
As folhas servem para tudo
Tem os banhos quebra-galho
Que quebram feitiço e vencem tudo
Tem quebra-barreira e cipó-alho
188
Se a cura está na fé
As soluções estão aqui
Aninga-pará e vindicá-pajé
Comigo-ninguém-pode e cabi
189
Resolve tudo quando se manda
Dizem que curam até aflitos
Tem curuatá e vece-demanda
Muru-kaá e afasta-espírito
190
Existem sementes aqui
para uso em defumação
Desde a alfazema ao uxi
até o piquiá dá solução
191
Se é crendice ou não
tudo acontece assim
Com breu branco fazem defumação
usam breu cumaru e alecrim
192
Atrai e afasta xamã
com espinho de quandu
Defuma-se com tucumã
usando-se buiuçu
193
O povo pede ajuda
até em carta de baralho
Fumaça da palma pachiúba
muru-muru e palha-de-alho
194
Tem banhos de ervas atrativos
que dão esperança e dinheiro
acreditam ser definitivos
dinheiro em penca e chama dinheiro
195
Num sonho que não tem fim
dá até para entender
Tem banho de chega-te a mim
e também hei de vencer
196
Se canto tudo com fé
a esperança rolará
Tem o chora-nos-meus pés
e o ganha aqui-ganha acolá
197
Falando com sinceridade
dizem com muito carinho
Pra gente de toda idade
tem o banho abre caminho
198
É incível, pois quem se tratava
dizem tudo como é
Tem banho para gente brava
Que vem da planta tamaquaré
199
Os banhos trazem esperança
também valente entra na dança
Tem os de disciplina roxa e amansa
os que abrandam e quebram chibança
200
As crendices populares
mais na base de emoções
Dão de formas regulares
surpreendentes soluções
201
Tentam explicar o porquê
Falando da cura como foi
Usam jibóia, boto e poraquê
Pirarucu e peixe-boi
202
Digo, acredite não trema
Mas parece uma loucura
Para asma escama de pirapema
Cavalo-marinho e língua de mucura
203
É um mamífero de contenda
dos sonhos que se imagina
O boto além de dar lenda
dá o pênis,o olho e a vagina
204
Na visita não esmoreça
que a jibóia vale ouro
Dela se tira a cabeça
a banha, o rabo e o couro
205
Para marido namorador
Tem simpatia com fé
Acalmo sem sentir dor
Com lagarto tamaquaré
206
Para quem está de visita
quero chamar a atenção
Sobre frutas que não se imitam
dessa imensa região
207
Dos mercados da cidade
Ver-o-peso é tradição
Tem frutas em variedade
piquiá, ginja e mamão
208
O visitante surpreende-se
com as frutas ácidas que há
E perguntando aprende
sobre o tamarindo ao cajá
209
Posso afirmar para ti
elas são coisas daqui
Das frutas raras que vi
tem cupuí e cacuí
210
Descobre-se o uxí
camu-camu e araçá
Cajarana e muruci
jaca e taperebá
211-Mas tem tanta novidade
e gente que não dá bola
Sabor que deixa saudade
maracujá e carambola
212-Do gosto doce do abiu
cajuim, ameixa e ingá
Lembro-me do cubiu
Ata, ajiru e biribá
213-Das frutas que vou citar
do diferente sabor que há
Não posso deixar de falar
do nosso cotitibiribá
214-Tem fruta tão diferente
que causa admiração
No gosto que a gente sente
do abricó e mangostão
215
Exóticos são o cupuaçu
sapotilha, cajú e bacuri
cacau, jambo e camapú
graviola, cutiti e mari
216
Tem frutas para sucos e saladas
desde o jenipapo a goiaba
Da acerola e abacatada
e do abacaxi à mangaba
217
Sei que não disse ainda
tem variedade que só
Falo do ingatinga
ingá-espada e cipó
218
Este canto não se encerra
Pensando na laranja-lima
Tem a laranja-da-terra
Limão-caiena e tangerina
219
Cito até com emoção
frutas que existem aqui
Tem melancia e fruta-pão
tem o melão e bacuri-pari
220
Poema que não se ensaia
Versando o que a terra dá
Lembro da sapucaia
E da castanha-do-pará
221
Só vendo que a gente crê
As palmeiras que existem aqui
Caraná, patauá e dendê
Do marajá ao miriti
222-Várias das espécies que há
Nem todas eu descrevi
Pupunha, coco e inajá
Tucumã, b acaba e açaí
223-Parodiando Vaz de Caminha
Que “em se plantando tudo dá”
Banana roxa e nanica
São Tomé e inajá
224-Entre a chegada e a ida
A visita se dilata
Banana branca e comprida
Tem a chorona e a prata
225
Em tudo que você toca
Das coisas que a terra dá
Tem macaxeira e mandioca
Batata doce, ária e cará
226
Das mangueiras frutos surgem
A manga bacuri é gostosa
Tem a de cheiro, fêmea e ferrugem
A comum, a cavalo e a rosa
227
Da Amazônia vou falar
maravilhas! São demais
Sobre os peixes vou frisar
são seres ornamentais
228
No prazer que externou
canto a vida que é bela
com o ramirézi se admirou
com o rosáceo e o pristela
229
No aquário tem satisfação
ver o pierrô e o bandeirinha
Tem o ulrey e o tetra-limão
o quilodus e o bengalinha
230
Vivem só na brincadeira
num nado original
O nonostomus o acará-bandeira
o véu-de-noiva e o cardinal
231
No aquário de água azul
em cores bem acabadas
Corydoras e cruzeiro do sul
copeína e borboletas listradas
232-Nadando sem correr risco
Parece um bailado formoso
Rubrostigma e acará-disco
Borboleta branca e gracioso
233-É belíssimo ver assim
bailando no seu caminho
Tem o mato-grosso-mirim
O tetra-fantasma e o torpedinho
234
Fique calmo não se zangue
não quero fazer pilhéria
Tem moencausia e cara-de-sangue
Néon-tetra e o taiéria
235
Em sua visita não deixe
Olhe e fique extasiado
Vai ao mercado de peixe
E ficará deslumbrado
236
Se você ainda não viu
Maravihas, vai amar
Peixe de lago e de rio
E seres que vêm do mar
237
D’água doce eu já vi
Riqueza que o rio dá
Piranha e carataí
Surubim e tamuatá
238
Canto agora emocionado
A rebeca e o jaú
O candiru e o pintado
O cambéua e o carauaçu
239
Quer hoje quer amanhã
para eles faço um mote
Ao lindo curimatã
e ao famoso filhote
240
Tem branquinha e aracu
Sarda, jandiá e cará
Tem traíra e pirarucu
Cara-branca e mapará
241
Nos rios piscosos daqui
de tudo se encontrará
Do sarapó ao mandií
da piaba ao jacundá
242
Diante da piramutaba
peixes lindos que milagre!
Ver o ijuí e a dourada
a pescada branca e o bagre
243
A caranha chama atenção
O peixe cachorra na se amarra
Tem a piraíba e o pacamão
E a voraz pirarara
244
Você verá o bacu
a sardinha e o lambari
O matrichão e o pacu
o muçum e o tambaqui
245
Querem saber o porquê
do barba-chato e o baiacu
Do choque do poraquê
do cuiú-cuiú e do tuiuiú
246
Tem cachorrinha de padre e jeju
acará-roxo e mandubé
Matupiri e acará-açu
acará-pitinga e tucunaré
247
Nos rios caudalosos daqui
tem peixes que nunca ví
Do nosso ueua ao tuí
do aruanã ao jaraqui
248
Digo porque já comi
Do gosto bom que senti
Piranambu e paiari
Pirapitinga e acari
249
Falo da pesca no mar
dentro de minha razão
O turista vai amar
e terá muita emoção
250
Na costa marítima daqui
lula e polvo são atração
Tem caranguejo e siri
aviú ostra e mexilhão
251
O visitante ao mirar
verá que não digo asneira
Arraia e estrela-do-mar
peixe-espada e pratiqueira
252
Do oceano quase infinito
canto os peixes até o fim
Da moréia ao bonito
do espadarte ao camurim
253
Da imensidão do mar eu falo
que a vida descortina
Tem beju-pira e galo
bandeirado e corvina.
254
Pesca a motor ou à vela
poema que a vida encerra
Verso a pescada amarela
sonhando com o peixe-serra
255
Quando o mar está para peixe
Pescador faz escarcéu
Cavala, tainha não deixe
Fugir o mero e o xareu
256
Te dá medo e emoção
você fica extasiado
Mirando o perigoso tubarão,
o curimã e o namorado
257
Te causa admiração
quando tens tempo de sobra
Pescando robalo e cação
ou vendo tralhoto e a cioba
258
Tem peixe de todo jeito
Nem tudo é uma coisa só
Neste universo perfeito
Tem o pargo e tem o GO
259
Pesca boa nimguém xinga
Pescar com rede se dá dó
Tem paru e tem uritinga
Tem cangatá e bodó
260
Peixe belo não perturba
faço verso com minha pena
Por fim canto a gurijuba
pensando na pirapema
261
Seja rico ou seja pobre
sobre peixes aqui se fala
De alguns, do gosto nobre
de outros, do pitiú que exala
262
Do instrumental da pesca
que vem do íncola daqui
O pescador faz a festa
com o matapi e o cacuri
263
Verso a vida e o sublime
cantando as coisas daqui
Na pesca o Timbó é crime
as folhas de Cunambí
264
Se o turista vai ao bosque
e vê o que a natureza deu
É quase certo que goste
das belezas do museu
265
Os visitantes ficam abismados
do imenso mundo que é seu
Vendo os peixes variados
no aquário do museu
266
Quem visita a Amazônia
vindo do sudeste e sul
Com as cobras se emociona
Cascavel, surucucu
267
Tem cobra que não ataca
e outras que fazem mal
Cito a jibóia e jararaca
a sucuriju e a coral
268
Canto o réptil como é
espécies que se distinga
Dentre os nossos jacarés
tem o açu e o jacaré tinga
269
Entre os quelônios daqui
indefesos e que dá pena
Pitiú, tracajá e jabuti
mata-mata e perema
270
A beleza da floresta
Com o pensamento em fuga
A natureza protesta
O fim do muçuã e da tartaruga
271
O museu e o bosque têm
aves lindas e de toda cor
Urubu-Jereba e Tem-tem
urubu-rei e beija-flor
272
São pássaros de todo jeito
que os visitantes não esquecerão
Bigode e pássaro preto
papa-arroz e pipirão
273
Tem um trinado que me cativa
com um gorjeio que é um xodó
Do bicudo à patativa
cabocolino ao curió
274
Felizes em grande algazarra
cantando com afinação
Lembro a coleira e a cigarra
o xexéu e o corrupião
275
Verso pássaros de linha
e o cantar do sabiá
Trinca-ferro e coleirinha
e o tangará do Pará
276
Em sua grande barulheira
você verá como a ave é
Cantareira do telhado e rendeira
tem-tem coroado e caraxué
277
Belezas que nunca vi
São maravilhas daqui
Chico-anã e bem-te-vi
Ferreiro, anu e suí
278
Lindos como nosso sol
parecendo um céu azul
Cito a árpia e o rouxinol
o tucano e o uirapuru
279
Nos visitantes causam emoção
ave bela não engana
Tem a coruja e o gavião
o japacamim e a cigana
280
Ave que não desafina
Ariramba e aracuã
Pica-pau e sururina
Juriti e surucuã
281
Todo pássaro me inspira
Com suas plumagens assim
falo da gola e pipira
da graúna e japiim
282
Penas que aves adornam
seres que lhe condiz
Verso a rolinha e a codorna
O nambú e a perdiz
283
As aves de nosso Pará
São uma maravilha só
Do frango d’água ao guará
Da colhereira ao curió
284
Quando vejo o anu-coroca
quer hoje quer amanhã
Penso na garça e a piaçoca
e no andar do jaçanã
285-Dos patos silvestres que vi
todos de primeira linha
marreca caboclinha e anani
paturi e viuvinha
286
No Bosque tudo é assim
vê-se as aves com carinho
Quer mutum e jacamim
maçarico e pavãozinho
287
Dos pássaros belos que falo
tem muitos que me animam
Ganso cor de rosa e jacu-estalo
gavião-real e mutum-pinima
288
Aves lindas são o Udu
a seriema e o uiru-tutu
O passaro boi e o curruiraçu
o fri-frió e o Uru
289
Aqui cito as aves que amo
O inhambu-pena e o bacurau
O tempera-viola e o gaturamo
O pintassilgo-gigante e o urutau
290
Afirmo aquilo que é
de seres belos não zombo
Gavião-belo e gavião-pinhé
gavião-preto e gavião-pombo
291
Quero fazer distinção
cada ave faz o que pode
Galo do mato e uirá-trovão
pomba e capitão-de-bigode
292
Em tudo aquilo que canto
no verso que não se esgota
Tem canário e sabiá-do-campo
sabiá-do-xingú e sabiá-poliglota
293-
O belo no espelho
pássaros cantam o dia inteiro
Tem o surucuã de peito vermelho
e o uirapuru verdadeiro
294
Quando tristeza é loucura
para pessoa insegura
O Museu Goeldi te cura
vendo o jacu e a saracura
295
Falo dos psitacídeos
sem fazer nenhum ensaio
Periquitos divertidos
araras e papagaios.
296
O periquito nos fascina
muitos até causam espanto
Tem a jandaia e campina
estrela e espírito-santo.
297
Tem plumagem variada
com penas até nas coxas
Beleza bem acabada
exemplar cabeça roxa
298
Psitacídeo diferente
ser que não tem no sul
Impressiona muita gente
por ter a cabeça azul
299
Pássaro que na brincadeira
foge assustado e não fica
Temos periquito-mangueira
do cara suja e curica
300
Papagaio em poleiro
seja de ferro ou de pau
Verás o real e o moleiro
o estrela e o cacau
301
Ao ver você sente amor
seja a visita onde for
Com araras de toda cor
desde ararajuba a tricolor.
302
Dificilmente alguém pega
mas seu fim já se alastra
Canto aqui o tatu-peba
o branco, o bola e o canastra
303
Marsupial, que ternura !
ser que você verá
Aqui tem muita mucura
você nunca esquecerá
304
Chega a assustar muita gente
quando é vista em seu caminho
São mamíferos diferentes
o quandu e o porco-espinho
305
Nobreza é coisa rara
são bichos que existem aqui
Lembro-me da capivara
da paca , cotia e quati
306
Linda e de forma estranha
se sumir tristeza dá
Falo da nossa ariranha
Do formoso lobo-guará
307
Vê-los já é um milagre
meu verso não se deturpa
Canto o cachorro vinagre
e o da mata de orelha curta
308
Tudo aqui você encontra
mamífero que a terra dá
Verso a preguiça e a lontra
a anta e o tamanduá
309
Verso a beleza que há
em bichos tão belos assim
Tem a raposa e o coatá
veados e guaxinim
310-Não é animal doméstico
cujo rosnar te espantará
Neste vasto universo
tem gato maracajá
311-Nesta Amazônia encantada
no verso que emociona
Tem onça preta e pintada
e tem onça suçuarana
312
Aqui você vê de tudo
macacos que não tem fim
Do guariba ao barrigudo
iá, de cheiro e chuim
313
Olhando bananas se assanham
macacos parauaçú são assim
Tem o bigodeiro e o aranha
saim-de-coleira e sauim
314
São diferentes não nego
admira-se quem viu
Falo dos macacos pregos
da noite, sagui cuxiu
315
Tem planta que é incrível
que chega a causar inveja
Cito um ser indescritível
que é a nossa vitória-régia.
316-Aqui também vou falar
numa folhagem que há
Você vai se admirar
com a planta tambatajá
317
O Museu e o Bosque têm raridades
que até surpreendem quem vê.
São destaques na cidade
peixe-boi e poraquê.
318
Famosa na região
te dá medo e te toca
falam com imaginação
da explosão da pororoca
319
É uma zuada que solta
o som dela e crescente
Pois suas águas revoltas
intimidam muita gente
320
Este espetáculo ingente
vem formando um banzeiro
Quebra tudo pela frente
a força do aguaceiro
321
Na imensidão Amazônica
no vazio da floresta
No imaginário popular
mitos e lendas infestam
322
Verso agora um tema rotundo
mito e lenda estão em consonância
Falo do Verde Vagomundo
que em Belém produz ressonância
323
Folclore rico é um fato
das lendas ensino se tira
Aqui tem a da cobra-norato
e a história do curupira
324
Lendas que crianças consomem
dizem não serem verdadeira
Conta-se a do lobisomem
e também a “Matinta Pereira”
325
Se o fantástico deságua
no mundo lendário que há
Cobra Grande e Mãe -D’água
Caipora e Boitatá
326-Todas elas te contam o porquê
com sentido um tanto maroto
Tem juruparí e saci-pererê
e a famosa lenda do boto
327
Agora quero falar
de crenças que aqui atestam
Na imaginação popular
do grande vazio da floresta
328
Tem a lenda do chincoã
da mandioca e guaraná
Peixe-Boi e Muiraquitã
Iara e tambatajá
329
No canto mantendo a imagem
falando sem fazer mal
Cuidado com a visagem
recordando o Urutau
330
Tem a estória de Mãe Mani
da Arara Azul e Managá
Contam também a do Chibuí
da Cobra Grande e da Oiara
331
Não pensando em ajuda
na lenda que se arruma
Falam do Bicho de Sucuba
e da história da Buiuna
332
Cantando tuas emoções
tua música convence
Falo das microrregiões
do interland paraense
333
Microrregiões do Xingu
Furos e Bragantina
Salgado e Tomé-Açu
Baixo Amazonas e Guajarina
334
Cito o médio Amazonas Paraense
Baixo Tocantins e Tapajós
Viseu e Araguaia Paraense
Marabá e Campos de Marajó
335
O cantar nos faz tão bem
neste verso musical
Tem a microrregião de Belém
canto a nossa Capital
336
Cruzamento onde for
branco com índio tem sua razão
negro e índio dão amor
branco e negro fazem fusão
337-Os asiáticos chegaram aqui
suas qualidades ficaram à mão
Misturam-se ao povo daqui
e na miscelânea deram contribuição
338-Aqui se dança com graça
com melodia e com emoção
No cadinho de tuas raças
que é produto da miscigenação
339-A musicalidade a quem sentiu
o som veio para ficar
Em Belém repercutiu
a cultura popular
340-Dos ritmos mais belos que há
Cordão de Pretinhos e A Esmolação
Quadrilhas e boi bumbás
Pássaros e Cordão do Camarão
341
Tem as danças Guaramis
do Lundu e da Buiuna
Tem a dança do Pauxis
do Japiim e da Iraúna
342
São ritmos belos demais
tão diferentes neste Pará
Tem os Cordões de Animais
do Maçarico e do Guará
343
Do cancioneiro popular
da dança e animação
A Mazurca vou citar
Fofoia e Retumbão
344
Tem a dança do tipiti
Do leão Dourado e Facão
Xote e Dança do Açaí
Fofoi e Dança do Camaleão
345
Canto desde o Murumbiré
a Caninha Verde e o Pairá
Da Dança do Coco ao Sairé
do Bambaê do Rosário e Siriá
346
Falo do ritmo do Banguê
o som do Boi Mimoso traz amor
Tem Ladainha e Marierrê
Curuça e Dança do Tambor
347
Cantando com coração
tenho a impressão que sempre venço
Verso agora o Boi de Mamão
e a Valsa de Ponta de Lenço
348
Num rítmo de emoções
de Folia de Reis e da Marujada
Tem a Dança dos Cordões
das Pastorinhas e da Cavalhada
349
Não quero cantar besteira
Dança bonita é a do carimbó
Tem dança de desinfeiteira
Pássaro-junino e do curimbó
350
Melodia sem cacoete
com um gingado de dança bonita
Tum-dum-dum e Samba do Cacete
e tem a Dança do Pau de Fita
351
Neste ritmo dou veredicto
da bela música que me ensaia
Tem o Grupo de São Benedito
e o Grupo São Bento da Praia
352
Não deixarei de falar
teu passeio só se encerra
Show de música popular
tem lá no “Sabor da Terra”
353
Se o remelexo balança
quem quiser mudar de ares
Na Condor tem boa dança
vá ao Palácio dos Bares
354
É uma festa anual
e quero aqui relatar
Tem o nosso carnaval
na cultura popular
355
Na agitação de bambas
os sambistas vêm suados
Tem as Escolas de Samba
e tem blocos animados
356
Blocos que sambam no pé
com dança que não acaba
Mocidade Unidos de Nazaré
e Piratas da Batucada
357
Sambando com o coração
seu objetivo é chegar lá
Disputam em primeira mão
Grande Família e Vila Farah
358
Das Escolas vou falar
no samba pensando neles
Rancho Não Posso Me Amofiná
e a Escola Quem São Eles
359
Na concorrência tem quem vence
quem perde e que desafina
Tem o Império Pedreirense
e os Boêmios da Campina
360
Em junho o povo se anima
é um mês de muita emoção
Realizam a festa junina
tem aluá e quentão
361
Com ternura e muito carinho
prevenindo as agitações
Os terreiros são enfeitados
com bandeirinhas e balões
362-O paraense é festeiro
quem vê jamais esquecerá
Quadrilha em festa de terreiro
pássaros e boi-bumbá
363-A festança fica marcada
comida gostosa que cheira
Mingau de milho e cocada
vatapá e bolo de macaxeira
364-A meninada faz barulheira
tem dança que dá emoção
Soltam fogos e pulam fogueiras
com banho de cheiro de São João
365
Já tem fama mundial
com grande repercussão
É um festejo colossal
que causa admiração
366
Os paraenses deixam tudo
Belém vira um mar de fé
segundo domingo de outubro
tem o Círio de Nazaré
367
O fato é um acontecimento
com intensas emoções
São quinze dias de eventos
com diversas procissões
368
No sábado bem cedinho
a Santa parte daqui
Com festas no seu caminho
direto para Icoaraci
369
De Icoaraci pra Belém
numa festa anual
Com rezas dizem amém
na procissão fluvial
370
A Virgem de Nazaré
sai do Cais para o Gentil
Com os motoqueiros em fé
coisa que nunca se viu
371
Da história que se ouviu
da transladação como é
a Santa sai do Gentil
para a Catedral da Sé
372
Domingo tem início a festa
saindo da Catedral da Sé
A procissão se manifesta
para a Basílica de Nazaré
373
Com rezas e orações
e demonstração de fé
Se inicia a procissão
da Virgem de Nazaré
374
Se estivadores soltam foguetório
a Virgem Santa recebe louvores
Arrumadores fazem ofertórios
e tem fogos dos pescadores
375
O povo vem em turbilhão
num movimento constante
Tem para mais de um milhão
rezando a cada instante
376-Romeiros do interior
vem gente de todo lado
Cumprem promessas até com dor
e pagam também os seus pecados
377-Ladainhas são cantadas
nessa imensa procissão
A fé aqui é externada
com louvor e devoção
378-Uns fazem os seus pedidos
outros pagam suas promessas
Ficam todos comovidos
e o cortejo vai sem pressa
379-São horas de caminhada
todos cantam e seguem em paz
pessoas na corda agarradas
cada ano cresce mais
380-Com as promessas demonstrando
coisas que foram perdidas
Na procissão vão pagando
as solicitações atendidas
381-De impressionante que é
a multidão não se espalha
Mostram anjos em sua fé
carregam cruzes e mortalhas
382-Com peças de cera desfilando
demonstram fé e não rastejam
As partes do corpo mostrando
tem casa, barcos e igrejas
383-Das procissões que eu já vi
cada qual tem os seus marcos
Da tala do miriti
constroem casas e barcos
384-Até que o cristão mereça
na fé do povo que medra
De tudo trazem na cabeça
tijolos, potes e pedras
385
Logo ao amanhecer do dia
romeiros têm seus desejos
Desfilam com melancias
e até com caranguejos
386
Nesta caminhada de emoções
o povo faz seu sacrifício
A Santa recebe saudações
na queima dos fogos de artifício
387
Em duas semanas acontece
da Basílica ao Gentil
no recírio reaparece
a fé que sempre se viu
388
Os visitantes de fora
que vêm para assistir
Tem muitos que até choram
e no outro tornam a vir
389
o Círio é comemorado
pelo rico e pelo pobre
De um modo dedicado
e de forma sempre nobre
390
A tradição é que vence
na festança deste dia
As famílias paraenses
servem suas iguarias
391
Em toda casa daqui
tem comida até de sobra
Tem pato no tucupi
e a gostosa maniçoba
392 – No círio tudo acontece
e chama muita atenção
Também o lado pagão
393
Sei que não é São Silvestre
no Círio tudo é uma festa
Tem corrida de pedestre
o esporte se manifesta
394
É um mês de agitação
do religioso ao civismo
Neste mundo de emoção
ocorre também o ciclismo
395
Bem pertinho da igreja
na maior agitação
O povo todo festeja
no parque de diversão
396
Por ser um grande acontecimento
no Círio o comércio se espalha
Tem fitas e postais do evento
imagens, rosários e medalhas
397
O lúdico se manifesta
o povo fica contente
Durante toda essa festa
no seio de tua gente
398
Os artesãos têm seu enredo
fazendo coisas próprias daqui
Fabricam vários brinquedos
com a tala do miriti
399-Os cipós no artesanato
no imaginário ficam
Utilizam bem, o que é um fato
o timbuaçú e o titica
400
Com trabalho artesanal
mostram muita criação
usando Borracha, fio e pau
breu, barro e papelão
401
Tendo criação de sobra
produzem com muito carinho
Bonecas, tatus e cobras
e imaginosos barquinhos
402
O turista ainda não viu
até o rato tem um toque
Andorinha e currupiu
borboleta e roque-roque
403
As madeiras trabalhadas
estimulam as criações
Para atender a meninada
fazem carros e caminhões
404-O artesanato daqui
de barro é feito com a mão
Produtos de Icoaraci
é destaque na nação
405-O ludâmbulo se apaixona
pelo que o índio criara
Da cerâmica tapajônica
à cerâmica marajoara
406-Do domingo vou falar
de uma forma especial
Na cultura popular
tem a feira artesanal
407-A arte se manifesta
é a pura expressão pública
O população faz festa
lá na Praça da República
408-Tem artesanato em barro
pano couro e tecido
Tem de palha e tem de ferro
de linha, de plástico e vidro
409-De tudo aqui você acha
tem coisas até para quem ama
De madeira, cimento e borracha
de flores, metais e porcelana
410-Produzem em couro e croché
chapéus, cintos e bolas
Tricôs, bordados e macramé
bonés, bolsas e sacolas
411-Artesãos em chifre e madeiras
fazem pente com a mão
Criam copos e farinheiras
bichos, colher e pilão
412
Da porcelana produzem brincos
pulseiras, relógios e pratos
De ferro fazem carrinhos
suportes e porta-retratos
413
Se do vidro o artesão fabrica jarros
com cimento faz vasos e bancos
do plástico produz travessas e arranjos
e da madeira faz bandejas e balanços
414
De tudo aquilo que vi
com cheiro bom eu senti
Do belo artesanato daqui
de raiz de patchuli
415
Este mote me consola
se o canto vai para ti
corujas, chapéus e sacola
da palha de tururi
416
É de uso antigo que só
do ontem, hoje e do amanhã
O artesão nativo usa cipó
e a tala do quarumã
417
Num processo interessante
para tirar o tucupi
Fazem o uso constante
do criativo tipiti
418
Trabalhando durante o ano
baú e rasa fabricam aqui
Paneiro balaio e abano
cesta, panarica e tipiti
419
Aqui no mundo terreno
o futebol que se assuma
Temos o Clube do Remo
o Payssandu e a Tuna
420
No esporte tem sempre quem diz
que só ganhar lhe convém
Perder nunca lhe condiz
Esporte Clube Belém
421
Fim de ano tem natal
em seguida o ano novo
Tem a festança mundial
e tudo começa de novo
422
Belém, cidade se encanta
brasileiros e estrangeiros
Até Jorge amado te canta
no livro “Os Velhos Marinheiros”
423
Falei das coisas daqui
de hábitos e tradições
Da natureza que vi
de sonhos e de ilusões
424
Acredito ter razão
e sentir satisfação
Ao fazer uma descrição
da cidade em evolução
425
ao terminar esses versos
na pena de um trovador,
Declaro a todo universo
Belém por ti sinto amor
Autor: Valdecir Manoel Affonso Palhares
Médico e Professor
Paulista residindo no Pará há 28 anos
C.I. 1266 – CRM-PA
End: Passagem Alacid Nunes, 73
Bairro: Tenoné CEP: 66820-020
BELÉM-PA-BRASIL





